Diwali: O momento de acender as chamas da sabedoria

Originando-se da palavra sânscrita ‘Deepavali’, que literalmente significa fileiras (Avali) de luzes (Deepa). Esse festival de luzes é celebrado na noite mais escura (Amavasya) do mês Kartik do calendário indiano, e simboliza a derrota da ignorância (escuridão) pelo conhecimento (luz).

Sri Sri explica a razão para se soltar fogos de artifício no Diwali. Qualquer negatividade ─ [263785:raiva], [268218:ciúme] ou medo ─ que se acumulou na sua mente no ano anterior deve ser dissolvida na forma de bombinhas. Com cada bombinha, exploda toda negatividade que você possa ter em relação a alguma pessoa, ou escreva o nome dessa pessoa na bombinha e queime-a, e saiba que todos os sentimentos maléficos, ciúme etc., foram queimados. Mas o que nós fazemos? Em vez de acabar com a negatividade, ainda desejamos que aquela pessoa se acabe ou queimamos a nós mesmos naquele fogo de negatividade. Deve ser o caminho contrário. Pense que toda negatividade ou sentimentos de desgosto que saíram com aquelas bombinhas, e seja amável com aquela pessoa novamente. Há um sentimento de leveza, amor, paz e felicidade, e depois vá e coma os doces com aquela pessoa e celebre o Diwali. Isso é o verdadeiro Diwali, ao queimar as bombinhas, queime as más qualidades daquela pessoa, não a pessoa.

As festividades começam a partir do 13º dia da quinzena da Lua minguante.

No primeiro dia da celebração, as casas de Dhantrayodashi e os recintos de negócios são reformados e decorados. As entradas ficam coloridas, com representações tradicionais dos projetos de Rangoli, para dar as boas vindas à Deusa da riqueza e da prosperidade (Lakshmi). Para indicar a longa espera de sua chegada, pequenas pegadas são desenhadas com farinha arroz e pó cor vermelho chinês em toda a casa. As lamparinas ficam queimando todas as noites. Acreditando que este dia é auspicioso, as mulheres compram ouro ou prata ou alguns novos utensílios, e em algumas partes da Índia, o gado também é venerado.

Este dia é considerado o dia do nascimento de Dhanvantari ─ o Deus de Ayurveda ou o Médico dos Deuses, e celebrado como Dhanvantari Jayanti. Nesse dia, as lâmpadas ficam acesas a noite toda em reverência a Lord Yama ─ o Deus da Morte e por isso também conhecido como ‘Yamadeepdaan’. Presume-se que ele leva embora o medo de uma morte prematura.

No segundo dia, Narakachaturdashi, existe uma tradição de acordar de manhã cedo e tomar um banho antes do nascer do sol. A história diz que o rei demônio Narakasur ─ governador de Pragiyotishpur (uma província no sul do Nepal) ─ depois de derrotar Lord Indra, tinha roubado os magníficos brincos de Aditi (a Deusa Mãe) e aprisionado dezesseis filhas de Deuses e santos no seu harém. Na véspera de Narakachturdashi, Lord Krishna matou o demônio e libertou as doze donzelas aprisionadas, e ainda recuperou os preciosos brincos de Aditi. As mulheres massagearam seu corpo com óleo perfumado e lhe deram um bom banho, para a sujeira do corpo ser levada pela água. Por isso, a tradição de tomar um banho de manhã bem cedo significa a vitória do Divino sobre o Mal. Esse dia representa o anunciante de um futuro cheio de bondade.

O dia mais importante das celebrações é o terceiro dia ─ Lakshmi Puja. É nesse dia que o sol entra no seu segundo percurso. Esse dia é considerado como muito auspicioso, apesar de ser a noite mais escura. A escuridão impenetrável da noite desaparece lentamente quando lâmpadas cintilantes iluminam cidades inteiras. Acredita-se que Lakshmi anda sobre o planeta nessa noite e despeja bênçãos de abundância e prosperidade. Essa noite, as pessoas realizam o Lakshmi Puja e distribuem doces caseiros para todos.

Nesse dia de bons presságios, muitos santos e pessoas notáveis alcançaram Samadhi e deixaram seus corpos mortais. Os grandes profetas, incluindo Lord Krishna e Bhagwan Mahavir. Esse também é o dia em que Lorde Rama voltou para casa com Sita e Lakshman depois de 14 anos de exílio.

Uma história bem interessante sobre o dia de Diwali vem do Katha Upanishad: de um menino pequeno chamado Nachiketa que acreditou que Yama, o deus da Morte, era tão negro quanto a noite escura de Amavasya. Mas quando ele encontrou Yama em pessoa, ficou confuso ao ver o semblante calmo e a estatura digna de Yama. Ele explicou a Nachiketa que só passando pela escuridão da morte, o homem vê a luz da mais alta sabedoria e sua alma pode escapar do cativeiro do corpo para tornar-se una com o Divino. Nachiketa, então, deu-se conta da importância da vida mundana e do significado da morte. Com todas as suas dúvidas, acalmou-se e participou sinceramente das celebrações de Diwali.

O quarto dia de celebrações é conhecido como Varshapratipada e marca a coroação do Rei Vikram. É também o dia em que Lord Krishna levantou a poderosa montanha Govardhan para salvar o povo de Gokul da raiva impetuosa de Lord Indra.

O quinto dia ─ Bhai-duj ─ simboliza o amor entre irmãos e irmãs. Os irmãos dão a elas um presente como um símbolo de seu amor.

Acredita-se que a riqueza (Deusa Lakshmi) é muito transitória e só fica onde tem trabalho duro, sinceridade e gratidão. No Sriman Bhagvatam, menciona-se um incidente em que a deusa Lakshmi deixou o corpo do Deus Bali e quis seguir Lorde Indra. Questionada, mencionou que ela reside apenas onde há ‘Satya, ‘Daan’, ‘Vrat’, ‘Tapa’, ‘Parakram’ e ‘Dharma’.

Esse Diwali nos leva a orar e a sentir gratidão ─ que que haja prosperidade em todos os cantos do mundo ─ que todas as pessoas experimentem o amor, a alegria e a abundância em suas vidas.